A reunião em questão aconteceu dia 20/12 em São João do Sul. Foto: Wladimir Mendes

O polvilho azedo é um dos tradicionais produtos vegetais da culinária catarinense e brasileira. Sua aplicação maior se dá na panificação, com destaque para roscas e broas, que manifestam seu sabor peculiar proveniente desse amido de mandioca.

No entanto, a produção de polvilho azedo vem sendo questionada pela Vigilância Sanitária estadual que, por determinação nacional, não expedirá alvará sanitário para produção de polvilho sob os métodos de produção atual. No método atual a secagem do polvilho se dá no tempo, em circuito aberto, como tecnicamente se fala, e isso implica desatenção à legislação de alimentos.

Segundo Wladimir Marcon, Especialista em Segurança de Alimentos da CIDASC, a produção em circuito aberto pode levar à contaminação, pois os insetos podem ter contato direto com o produto e essa é a interpretação que faz a VISA estadual.

Para não impedir a continuidade da produção, que conta com diversos pequenos produtores, a Associação dos Produtores de Amido de Mandioca de Santa Catarina está mantendo discussão técnica com participação de EPAGRI e CIDASC na busca de alternativas.

Enilto Naubert, pesquisador de mandioca na EPAGRI, diz que as dificuldades para se produzir polvilho em circuito fechado são enormes, pois nada substitui o sol, que dá o ponto adequado ao polvilho em função da ação dos raios solares que incidem sobre a massa no momento da secagem. A expansão da massa no momento da panificação depende da ação do sol.

Os produtores, por seu turno, questionam o porquê somente Santa Catarina está recebendo pressão da VISA, já que desconhecem que o mesmo esteja acontecendo em outros Estados brasileiros. Para João Paulo Teixeira, um dos produtores envolvidos, “de nada vai adiantar questionar a VISA nesse momento; o que cabe, então, é buscar alternativas e mostrar que o produto catarinense tem qualidade e é seguro”.

Fonte: Wladimir Mendes