Com a exportação de 134,1 mil toneladas de arroz em base casca no mês de outubro, frente à importação de 44,85 mil/t, o Brasil chegou pela primeira vez no ano a um saldo positivo na balança comercial do cereal e fez crescer a expectativa de embarcar mais de 1 milhão de toneladas no ano que vai de março de 2013 a fevereiro de 2014. No acumulado do ano comercial o Brasil chega a 739,1 mil toneladas exportadas entre março e outubro, ainda 35% abaixo do volume embarcado na temporada passada. Mas, já são 19,6 mil/t vendidas ao exterior acima das 719,5 internalizadas.
Mantida até fevereiro próximo, a média dos oito primeiros meses, o País superará a marca de 1,1 milhão/t expedidas contra 1,08 milhão acolhidas no mercado interno. Até agosto o setor considerava bom desempenho a venda de 800 mil/t. A mudança de cenário trouxe mais otimismo.
Um conjunto de medidas age em favor das exportações brasileiras e da redução das compras, especialmente no Mercosul, onde vem quase a totalidade das importações. Daire Coutinho, vice-presidente de Mercado e Política Agrícola Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul – Federarroz, pontua a taxa cambial, com a valorização do dólar, como um fator de competitividade do grão nacional. “Esse fator já não oferece tantas vantagens na importação”, lembra. A nova política de ICMS do governo do Rio Grande do Sul privilegia as indústrias que comprarem e beneficiarem o arroz gaúcho. E isso também conta.
Coutinho revela que a criação de um gatilho por parte do governo federal para a liberação de estoques públicos no caso de uma recuperação de preços aos produtores acima de R$ 34,50, criou um referencial para as cotações gaúchas. “Apesar de restringir os ganhos do orizicultor, aliado ao dólar mais valorizado isso oportuniza mais vendas externas”, reconhece. Para o dirigente, outros fatores influenciam positivamente o mercado externo, como a maior demanda da China, ações do governo brasileiro para derrubar barreiras tarifárias e não-tarifárias em mercados importantes, como a Nigéria, e da cadeia produtiva por meio do Programa Rice Brazil, aliado à abertura de mercados como o Iraque. “Uma tributação mais justa ajudaria bastante também”, enfatiza.
” Há um pacto da cadeia produtiva para exportar, ciente de que precisamos neutralizar efeitos da pressão de oferta do Mercosul em nosso mercado, e com os governos federal e estadual que fazem investimentos em estrutura logística no porto de Rio Grande para torná-lo mais eficiente e competitivo”, acrescenta Daire Coutinho.
As exportações brasileiras no ano comercial 2013/14 (Em mil t) Importação Exportação Saldo: 719,5 739,1 19,6 – Março a outubro de 2013.
Fonte: Portal Economia SC