A poluição hídrica que atinge os mananciais da região decorrente do manejo inadequado de efluentes industriais; o esgotamento sanitário urbano e o uso intenso de agrotóxico nas atividades agrícolas são apontados como os principais problemas ambientais de Chapecó e região pela Professora e Coordenadora do curso de Gestão Ambiental da Unoesc, Manuela Gazzoni dos Passos. “Outro ponto é a gestão ineficiente dos resíduos sólidos urbanos, que apesar da realização da coleta seletiva, carece de um trabalho intenso de educação do povo”, cobra ela.
Além disso, há carência de pontos de coleta para pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, assim como falta destinação adequada para os resíduos da construção civil. “A principal ação é comunicação e educação do povo, que deve acontecer de forma contínua, até criar nova cultura, mais consciente e comprometida com ações sustentáveis. Os investimentos demandam campanhas publicitárias, veiculação de lembretes e informações ambientais”, ressalta Manuela.
“No que diz respeito ao espaço urbano, uma medida essencial seria a continuidade da instalação da rede de saneamento básico, bem como a necessidade de maior controle por parte dos resíduos industriais líquidos”, acrescenta Rogis Juarez Bernardy, professor do Mestrado Profissional em Administração da Unoesc. “É preciso priorizar ações para que os problemas ambientais sejam revertidos. O próximo passo é a conscientização, que se dará via educação do povo”, completa.
É, literalmente, via educação que a Unoesc contribui para a preservação do ambiente. A Unoesc Chapecó tem curso de graduação em gestão ambiental, cursos de especialização em gestão ambiental, saneamento básico, recuperação de áreas degradadas e liderança estratégica. E tem mestrado profissional em administração, com linha de pesquisa em sustentabilidade em organizações. “Estamos comprometidos com as potencialidades ambientais do nosso entorno a partir de campanhas educativas com alunos ingressantes da Unoesc. Buscamos desenvolver dentro da instituição ações como o trote ambiental, no qual os ingressantes fazem plantio de mudas nativas. Também foi elaborado o Plano de Gerenciamento de Resíduos, melhorando os aspectos ambientais da instituição”, enumera a professora Manuela.
De olho no futuro do planeta, a Unoesc se envolve em eventos específicos na comunidade e participa de mobilizações para eventos sediados pela instituição, a exemplo da Conferência Regional de Meio Ambiente, realizada em julho deste ano. A instituição também integra o Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Irani e do Rio Chapecó; o Conselho Consultivo da Floresta Nacional de Chapecó e o Conselho Municipal do Meio Ambiente.
Ações Ambientais na Unoesc
Preocupada com a formação de profissionais que vão cuidar do meio ambiente nas gerações futuras, a Unoesc procura dar o exemplo. Já sediou a Conferência Regional do Meio Ambiente, que elencou as prioridades para a região e elegeu os delegados para representar os municípios da Amosc (Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina) para a Conferência Estadual. “Também criamos o mestrado profissional em administração, com uma linha de pesquisa específica em sustentabilidade, onde se desenvolvem visitas técnicas, trabalhos técnicos e científicos e se propõe soluções aos problemas ambientais da região”, relata Simone Sehnem, professora do mestrado profissional em administração da Unoesc.
Comunicar para a sociedade as possibilidades existentes e trazer pessoas que já têm empreendimentos dessa ordem para socializar suas experiências são iniciativas que serviram de incentivo para a implantação de agroindústrias sustentáveis na região. “O custo e a dificuldade para a criação de uma carteira de clientes locais, por ser uma região considerada com baixa renda; e o fato de, geralmente, os produtos sustentáveis terem valor final mais elevado, são fatores que dificultam investimentos em sustentabilidade na região”, alerta Simone.
Sem dados sobre empresas sustentáveis em Chapecó e região, Simone conta que há experiências isoladas de conhecimento da população sobre o tema. “Há construções sustentáveis; frigoríficos com estratégias ambientais reativas e preventivas; e empresas com certificações ambientais”, diz.
Fonte: Diário Catarinense (edição de 24 de outubro de 2013)