Documento enviado ao Ministério da Agricultura pelo serviço russo indica presença de substância proibida nos animais.

Foto: ASCOM/CIDASC

A partir do dia 2 de outubro, a Rússia deverá impor um embargo temporário às exportações catarinenses de carne suína. Isso porque o país enviou um ofício ao Ministério da Agricultura com um lista restringindo 10 frigoríficos brasileiros, devido a um suposto descumprimento das exigências e normas sanitárias russas.

Dos frigoríficos listados pelo Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), nove são de carne bovina – seis da JBS, dois da Miverna e um da Marfrig. O Pamplona, de Rio do Sul, é o único exportador brasileiro de carne suína no país.

Conforme a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado (CIDASC), o mercado russo é o terceiro mais importante para o Estado, atrás da Ucrânia e China. No ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior Brasileira, Santa Catarina exportou quase 54 mil toneladas de carne suína para a Rússia, somando U$ 148,6 milhões.

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura diz que a listagem trata-se de um relatório preliminar de uma inspeção russa no Brasil entre 30 de junho e 14 de julho de 2013. A nota esclarece também que o documento ainda precisa ser analisado pelos técnicos do ministério.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Fernando do Sampaio, adiantou que uma das causas para a restrição ao produto apontada pelos russos seria a presença de ractopamina nos animais.

– O que deu para perceber, num aspecto geral, é que eles citam bastante a questão do uso da ractopamina, mas há outras inconformidades – relatou.

A substância é geralmente adicionada à ração para fazer com que cresçam mais rápido e com menos gordura. Acredita-se que a substância possa provocar doenças e por isso o aditivo está proibido em 80 países, incluindo a Rússia. O presidente da CIDASC, Enori Barbieri, afirma que a indústria de SC sempre respeitou essa restrição.

Fonte: Diário Catarinense