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O preço pago aos produtores rurais pelos laticínios na aquisição de leite subiu mais uma vez, impulsionado pela redução na oferta em razão do inverno. A produção de leite continua sendo uma das mais rentáveis atividades agropecuárias de Santa Catarina, neste ano.

Os valores de referência dessa matéria-prima, calculados pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite), aumentaram mais 1,8% para este mês de julho, ampliando os ganhos dos produtores rurais. De acordo com o Conseleite, o valor de referência para o leite padrão subiu, neste mês, para R$ 0,8924 o litro, mas, o mercado já está pagando mais de um real pelo litro dessa matéria-prima.

É o caso da Coopercentral Aurora Alimentos, que processa 1 milhão e 500 mil litros por dia e está pagando R$ 1,07. “É um ganho muito bom para o produtor”, assinala o presidente do Conseleite e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), Nelton Rogério de Souza. Ele enfatiza que, neste momento, a atividade leiteira é a principal, do agronegócio catarinense, a irrigar o campo com recursos financeiros: são cerca de 180 milhões de reais por mês. Nelton explica que o preço do leite está aquecido em todo o mundo e não só no Brasil.

Por isso, o produto importado de qualquer mercado – Nova Zelândia, Austrália, Europa etc. – chega ao Brasil com preço igual ou acima do produto nacional. O presidente do Conseleite observa que, apesar das importações de leite do Uruguai e da Argentina, que inundam o mercado brasileiro, os preços praticados pelos laticínios na compra da matéria-prima continuam em elevação.  A evolução dos valores de referência calculados pelo Conseleite expressa essa realidade do mercado.

O preço de referência do leite padrão que estava em R$ 0,8759 em junho, considerado o produto apanhado nas propriedades rurais e com Funrural incluso, foi projetado para R$ 0,8924 em julho. Na segunda quinzena de agosto, o Conselho volta a se reunir para anunciar os números definitivos de julho e a nova projeção para o mês seguinte. Embora tenha esses valores como referência negocial, o mercado – como de praxe – está praticando preços superiores a um real.

As indústrias de processamento de leite estão pagando pela qualidade, o que representa até 15% a mais nos ganhos do pecuarista. Por isso, o produto acima do padrão tem maior valor de referência, ou seja, de R$ 1,0263. Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,2 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural.

O oeste catarinense responde por 73% da produção. O dirigente realça a crescente expressão social e econômica da cadeia produtiva do leite. A indústria de leite tem capacidade instalada para processar 10 milhões de litros/dia, mas, os 80.000 produtores de leite geram 6 milhões de litros/dia.  A produção de leite continuará crescendo em Santa Catarina, prevê Nelton, porque proporciona muitas vantagens aos produtores de médio e pequeno porte: garante renda mensal, permite bons volumes de produção em pequenas áreas, o risco da atividade é mínimo, os custos de produção estão caindo e a produtividade aumentando.

Em consequência de intenso treinamento ofertado pelas agroindústrias e custeado pelas agências de formação profissional – Senar, Sebrae e Sescoop – o produtor foi qualificado para a atividade leiteira tecnificada.

Fonte: MB Comunicação