A queda de temperatura e a previsão de geada forte a partir desta madrugada têm sido o principal assunto das conversas entre produtores de morango de Rancho Queimado, a 65 quilômetros da Capital, na região serrana da Grande Florianópolis. Nas áreas rurais de Taquaras e Campo do Francês, apesar da garoa intermitente de ontem, agricultores passaram o dia fazendo manutenção e reforçando as coberturas das estufas, as coberturas de plástico branco armadas sobre os canteiros. Sensíveis, floração e fruto congelam na terra abaixo de oito graus centígrados.
Queima de caule e da floração e má formação ou apodrecimento do fruto são as principais consequências do inverno rigoroso nas lavouras de morango, com queda de até 90% na produção. A preocupação é ainda maior com a possibilidade de queda da geada negra, “invisível e bem mais danosa”, segundo Everalda Werlich Luchtenberg, 40. Ao lado do marido Alécio, ela cultiva um hectare em Taquaras, onde estão há 17 anos e são considerados pioneiros a produção da fruta. “A vantagem é que agora a comunicação é mais eficiente, e sabemos com antecedência das intempéries”, diz a produtora.
Historicamente, começa a gear em Rancho Queimado um dia depois das nevascas na Serra, o que aumenta a pressa dos produtores com a manutenção das estufas. Alécio explica que o investimento médio é de R$ 1,50 por pé, que na safra de verão pode produzir até um quilo da fruta – vendido a R$ 4, na roça. A última grande geada da região, segundo Everaldo, ocorreu há 15 anos, e afetou toda a produção. O excesso de chuva também é ruim para o morango, mesmo com a proteção preso sobre o solo. “Fica muito encharcado, e também apodrece”, diz Alécio.
Fonte: Jornal Notícias do Dia