A chegada da comitiva catarinense liderada pelo governador Raimundo Colombo ao Japão está prevista para esta quarta-feira, dia 26, por volta das 18h no horário local (6h no horário de Brasília). Em maio, foi confirmada a abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense. O contrato para as exportações será assinado nesta sexta, dia 28, em Tóquio. No mesmo dia, a equipe do Governo do Estado participa de seminário “A carne suína de Santa Catarina e do Brasil no Japão”, que reúne empresários japoneses e catarinenses. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, afirma que os primeiros embarques da carne suína catarinense para o Japão ocorrem dentro de 90 dias.

O secretário explica que as agroindústrias catarinenses já estão presentes no Japão, pois vendem carne de frango, e essa presença facilita o avanço das negociações para a venda também da carne suína. Rodrigues acredita que os primeiros contratos com empresas japonesas poderão ser assinados já durante o evento desta sexta-feira. É o segundo ano consecutivo que o Governo do Estado participa do encontro em Tóquio, que reúne os maiores compradores do setor. “Hoje, 90% do frango consumido no Japão é brasileiro, sendo que destes pelo menos 60% é catarinense. E quem compra o frango catarinense é o provável comprador de suíno. O frango produzido em Santa Catarina já abastece os restaurantes e os mercados japoneses”, afirma.

O secretário reconhece que Santa Catarina vai disputar a venda de carne suína para o Japão com grandes produtores mundiais, mas ressalta o potencial do Estado. “Preço bom nós temos, qualidade nós temos. Agora é aprimorar o setor ainda mais, assim como fizemos com a avicultura, atendendo às especificações do paladar japonês. Vamos aumentando as nossas vendas aos poucos, isso só vai depender da relação comercial com o Japão, porque a relação sanitária é a melhor possível”, afirma.

O governador Raimundo Colombo lembra que o Japão paga muito bem porque compra cortes prontos para o consumo, o que agrega valor ao produto final, e garante estabilidade ao mercado, pois os japoneses assinam contratos de longo prazo.

O seminário “A carne suína de Santa Catarina e do Brasil no Japão” é uma promoção da Federação das Indústrias (Fiesc) em parceria com o Governo de Santa Catarina, o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e Embaixada do Brasil em Tóquio. Estão confirmadas as presenças em Tóquio do governador Raimundo Colombo; do Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues; do Diretor de Defesa Agropecuária, Roni Tadeu Naschenveng Barbosa; do presidente da CIDASC, Enori Barbieri; do presidente da Fiesc, Glauco José Côrte; do embaixador do Brasil em Tóquio, Marcos Galvão; do ministro da Embaixada do Brasil em Tóquio, Alexandre Porto; do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas; do diretor do Sindicarne, Ricardo de Gouvêa; e do vice-presidente de assuntos corporativos da Brasil Foods (BRF), Wilson Newton de Mello Neto; entre outras autoridades.

Santa Catarina é o Estado brasileiro que mais produz e mais exporta carne suína, tendo vendido a outros países um total de 207,7 mil toneladas em 2012, que representaram a geração de US$ 540 milhões em divisas. Em relação a 2011, Santa Catarina registrou aumento de 13% em toneladas embarcadas e 7% em valor. O conjunto dos produtos relacionados à carne suína situa-se na quarta posição na pauta de exportação catarinense, sendo responsável por 6 % do valor total vendido pela indústria catarinense ao exterior, segundo dados da Fiesc.

O Japão é o maior importador de carne suína do mundo, comprando o equivalente a 1,2 milhão de toneladas por ano (em equivalente a carcaça). A expectativa do presidente da CIDASC, Enori Barbieri, é de que, em uma primeira etapa, Santa Catarina responda por 10% desse mercado, ou seja, cerca de 120 mil toneladas. O montante representaria um ganho da ordem de 60% nos embarques de carne suína de Santa Catarina para o exterior.

Status diferenciado

Santa Catarina é líder nacional em produção de carne suína (média de 800 mil toneladas por ano) e o único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação. Historicamente, os japoneses só importavam carne suína quando todo o país de origem possuía o status de área livre de aftosa, mas foi aberta uma exceção para SC, diante da qualidade do trabalho sanitário – o governo catarinense mantém uma barreira sanitária em cada fro

nteira do Estado (são 67 em operação atualmente). A última ocorrência de febre aftosa em Santa Catarina foi em 1993. O Estado suspendeu a vacinação em 2001 e, em 2007, garantiu a certificação com área livre de febre aftosa sem vacinação, emitida pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca