Depois de enfrentar dificuldades para obter o milho necessário para a ração de aves e suínos, a agroindústria de Santa Catarina quer se precaver com medidas que garantam a oferta de insumo. O tema foi discutido na reunião da Câmara de Desenvolvimento da Agroindústria da Federação das Indústrias (FIESC), realizada em Florianópolis e que teve a presença do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Gheller.
No encontro, Gheller apresentou detalhes do Plano Safra 2013/14, lançado pelo governo federal no início do mês. Segundo o secretário, embora não seja possível garantir que não falte milho, em função do aquecimento do mercado internacional, o Plano possui medidas necessárias para equalizar a demanda de uma região com a oferta de outra. Entre as medidas estão a garantia de preço mínimo e uso de mecanismos para subsidiar o custo de transporte do milho. Na reunião foi acordado que, ainda em junho, a agroindústria catarinense enviará sua programação de demanda, para que o governo federal possa planejar o abastecimento.
Outro programa que foi detalhado na reunião foi o Inova Agro, que incentiva a atualização tecnológica no setor. De acordo com o consultor da FIESC Odacir Zonta, que coordenou a reunião, o programa foi criado para atender principalmente ao desafio enfrentado pela agroindústria do Sul de se atualizar tecnologicamente.
“O mercado mundial está cada vez mais exigente em relação à qualidade dos alimentos. Por isso, precisamos nos adequar ao que é mais moderno. A autorização para exportar ao Japão prova que somos referência no País e não podemos perder essa condição”, ressalta o consultor. Zonta explica que a região Sul foi pioneira na produção integrada de aves e suínos nos anos 80. E agora deve aproveitar o programa, que oferece juros mais baixos e prazos maiores, para realizar novos investimentos.
Para garantir acesso aos recursos – cerca de R$ 1 bilhão, sendo R$ 650 milhões operados pelo Banco do Brasil e outros R$ 300 milhões pelo BNDES – na reunião os empresários já articularam com o secretário adjunto de Agricultura e Pesca, Airton Spies, a criação de um fundo garantidor que facilite o acesso aos créditos do programa. Isso porque os processos de modernização e automação de granjas podem custar entre R$ 50 mil e 200 mil, o que poderia gerar dificuldades aos pequenos produtores participantes do sistema integrado de produção.
Fonte: Diogo Honorato