Foto: Pedro Mansur Sesterhenn

Os maricultores afetados pelo embargo desde janeiro deste ano no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, aceitaram nesta quarta-feira, dia 17, a proposta apresentada pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca para o ressarcimento dos equipamentos para produção de ostras. O pagamento da indenização será feito com base nas declarações de produção de cada maricultor e estabelece o preço de R$ 0,88 a dúzia de ostras e R$ 0,21 o quilo de mexilhão. “O que conseguimos hoje foi um acordo para agilizar o pagamento e evitar que a produção atrase”, destacou o secretário João Rodrigues.

A reunião, realizada na sede da Secretaria da Agricultura e da Pesca, aconteceu após o anúncio de que a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) desembargou a área da Praia da Mutuca, no bairro da Tapera e Ribeirão da Ilha, na segunda-feira (15). A Secretaria participa do caso orientando e defendendo os interesses dos maricultores afetados pelo embargo desde janeiro deste ano. A previsão é de que o pagamento ocorra em no máximo 15 dias.

O secretário João Rodrigues afirma que a expectativa da Secretaria da Agricultura é de que a comercialização e o consumo de ostra, marisco e berbigão retorne a normalidade nas próximas semanas. “O desembargo é a prova de que os produtos cultivados na Baía Sul estão aptos para o consumo. Além disso, as outras áreas de produção do litoral de Santa Catarina continuam comercializando e mantendo a excelência da maricultura catarinense”.  Rodrigues lembra que somente em Florianópolis há 88 maricultores e que na área embargada atuavam 27 maricultores. “A produção das ostras não parou no Estado”.

Na próxima semana será pago pela Celesc aos maricultores o valor proporcional dos 60 dias de atraso na produção.  Quanto a indenização referente aos materiais aos produtores de berbigão, foi acertado que ela ocorrerá dentro de um programa social envolvendo a Celesc e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que contempla todos os envolvidos. “ O pessoal do berbigão aceitou esperar um pouco mais para receber. O levantamento do material está sendo feito, assim como se planeja fazer uma socialização do espaço”, destacou o chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura e da Pesca, Leonardo Silvano. Ainda nesta semana os produtores de berbigão vão receber a segunda indenização de ajuda de custo referente ao período de 60 dias.

A Fatma embargou a área no Sul da Ilha no dia 10 de janeiro de 2013, depois que ocorreu um vazamento de óleo isolante a partir de dois transformadores localizados dentro da Subestação desativada da Celesc, no Bairro Tapera. O óleo migrou para duas valas de drenagem localizadas a leste e a oeste da subestação. Essas valas se unem a jusante da subestação e deságuam no mangue, posteriormente no Rio do Meio que tem sua foz na Baía Sul (Praia da Mutuca). Com esses dados iniciais, a Fatma resolveu embargar toda a área por precaução.

 De acordo com o gerente de Licenciamento de Empreendimentos em Recursos Hídricos da Fatma, Ademar Mombach, os estudos comprovaram que o produto vazado consiste em “óleo mineral isolante para transformadores (OMI) contendo traços de Bifenilas Policloradas (PCBs)”, mas descartando a possibilidade de “Ascarel”. Nenhuma análise indicou contaminação por PCB na área da maricultura e extração do berbigão.

Fonte: Secretaria da Agricultura e da Pesca