
O programa Juro Zero Agricultura/Piscicultura, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca busca incentivar investimentos em captação, armazenagem e utilização da água para usos múltiplos na agricultura, projetos de produção de carne e leite a pasto, aproveitamento de dejetos da produção intensiva de animais, fruticultura, olericultura, flores e plantas ornamentais, piscicultura de água doce, mecanização agrícola entre outros.
O agricultor Alexandre Tansini, 34 anos, que reside na Linha Vista Alegre em Quilombo, no Oeste de Santa Catarina, foi o ganhador do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas do Sebrae – MPE Brasil 2012, na categoria agronegócio. Para ele, a parceria com o programa Juro Zero Agricultura/Piscicultura, com cursos e o financiamento de recursos para investir foi fundamental para a conquista do prêmio e para sua propriedade começar a funcionar como empresa. Vendo como parceiro o Governo do Estado, Tansini se inscreveu no programa e conseguiu R$ 40,1 mil para investimentos na propriedade. “Aprendi a administrar minha propriedade, agora sei o custo e o lucro que temos. Hoje, minha esposa e eu recebemos salário fixo mensal que gira em torno de R$ 600 cada. Minha propriedade praticamente triplicou de valor em cinco anos.”
O Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas é um reconhecimento estadual e nacional às micro e pequenas empresas que promovem o aumento da qualidade, da produtividade e da competitividade, pela disseminação de conceitos e práticas de gestão. A organização do produtor, que foi destaque estadual, proporcionou sua participação no Conselho Administrativo da segunda maior cooperativa do Brasil, a Cooperalfa, de Chapecó.
Tansini explica que, se hoje estivesse na cidade, até poderia ganhar esse salário, mas teria muitos outros custos que não tem morando no interior. Ele reside com sua esposa Franciele Meneguetti, 28 anos, e seu filho Guilherme, de 10 anos, em uma propriedade de 12,1 hectares, que equivale a seis campos de futebol. Desse total, seis hectares são utilizados para a agricultura, um hectare para o plantio de eucaliptos e dois hectares para produção de silagem, que alimenta as 48 cabeças de gado, sendo 21 vacas em lactose. O restante é área de reserva legal.
Hoje, a renda bruta da propriedade ultrapassa R$ 360 mil, sendo que R$ 100 mil são provenientes da produção de leite e R$ 260 mil são da criação de frango. “Aqui a gente trabalha bastante, mas nossa vida é mais fácil que na cidade. Além do salário retirado mensalmente, sobra em torno de R$ 90 mil anual” lembra Tansini. Ele conta que seu filho auxilia nos trabalhos da propriedade e está aprendendo como administrar futuramente os negócios da família. “Quando estou repassando os números para as planilhas, o filho e a esposa sempre estão por perto para que estejam por dentro de como estão as contas e para que aprendam a forma correta de realizar as ações”, conta o agricultor.
O gerente de agricultura da Secretaria Regional de Quilombo, Marcelo Moterle, acredita que esses programas auxiliam principalmente as pequenas propriedades rurais, ao permitir que os agricultores e seus filhos permaneçam na agricultura.
O agricultor utilizou os recursos do Governo do Estado para a construção de uma cisterna, com sistema de irrigação e aquisição de novilhas cobertas. O reservatório de água (cisterna), de 380 mil litros, além de armazenar a água utilizada na irrigação, também é utilizado para a produção de peixes que gira em torno de dois mil quilos/ano. Outra fonte de renda da propriedade é a criação de novilhas, que gera uma renda extra de R$ 10 mil por ano. “Antes dos investimentos do Estado seria inviável a permanência na propriedade”, explica. A família Tansini, junto com mais quatro famílias próximas, também conseguiram mais R$ 43 mil do programa para a perfuração de um poço artesiano que atende a demanda de água das propriedades. “Após a perfuração desse poço nunca mais sofremos com falta de água.”
O secretário regional de Quilombo, Jaksom Castelli, destaca que em 2012 foram investidos mais de R$ 2,8 milhões nos municípios da região. “Com estrutura e aporte do Governo do Estado, Tansini diminui os riscos da produção, pois além dos reservatórios de água que garantem a irrigação sem o uso de energia elétrica, tem a água do poço artesiano que garante o abastecimento das famílias e dos animais durante todo o ano”, explica.
Juro Zero Agricultura/Piscicultura
Em 2012, o programa Juro Zero Agricultura/Piscicultura disponibilizou R$ 90 milhões em investimentos aos produtores rurais para incentivar a agricultura catarinense, dos quais aproximadamente R$ 65 milhões foram financiados. O valor dos juros pagos pela Secretaria chegou a R$ 5,7 milhões, atendendo 3.196 agricultores catarinenses.
Por meio do programa, os agricultores têm acesso a até R$ 50 mil, com subvenção de 100% dos juros previstos para operações de crédito dos produtores rurais que se enquadrarem no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Como medida para minimizar os efeitos causados pela estiagem em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca ampliou em mais R$ 10 milhões o limite de recursos para financiamentos do Programa Juro Zero Agricultura/Piscicultura voltados para investimentos em construção de cisternas e para aquisição de equipamentos para irrigação pelos agricultores dos municípios atingidos pela estiagem. Até dezembro de 2012 foram destinados R$ 5,2 milhões para construção de 248 cisternas.
Através do programa Juro Zero Agricultura/Piscicultura, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca busca incentivar investimentos em captação, armazenagem e utilização da água para usos múltiplos na agricultura, projetos de produção de carne e leite a pasto, aproveitamento de dejetos da produção intensiva de animais, fruticultura, olericultura, flores e plantas ornamentais, piscicultura de água doce, mecanização agrícola entre outros.
Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca