Foto: Vinícius Morales Porto

Com a expectativa dos produtores paranaenses para o início da colheita da soja nas próximas semanas, também iniciaram as especulações se o preço da oleaginosa vai continuar nestes altos patamares no primeiro semestre de 2013. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab), o grão fechou o último trimestre do ano passado com média de R$ 67 para a saca de 60 kg. Durante 2012, o melhor preço foi o do mês de setembro – com fechamento em R$ 72,92 a saca. A média anual acabou sendo de R$ 59,41, elevação de 41% se comparado a 2011, quando ficou em R$ 42,08. Na segunda-feira, a soja estava sendo comercializada no Estado a R$ 58,38 a saca.

De acordo com o economista do Deral especializado em soja, Marcelo Garrido, no início do ano é natural que o produto acabe sofrendo oscilações negativas. Isso porque a proximidade da colheita, que deve começar no final de janeiro ou no mais tardar início de fevereiro, faz com que ainda fique nebuloso o cenário sobre a qualidade do produto, além de toda a questão de oferta e demanda no mercado. “É difícil estipular um percentual (de queda) agora, nossa expectativa é que a chuva de janeiro não atrapalhe a colheita no Estado”, avalia Garrido.

No ano passado, diferentes fatores fizeram com que a soja ultrapassasse a casa dos R$ 70. Os preços no País foram beneficiados pela quebra de safra nos Estados Unidos, além da estiagem que atingiu alguns estados brasileiros, principalmente no Sul do País. “O mercado da soja é extremamente oscilante. Na semana passada, por exemplo, houve uma queda nas cotações depois que a China resolveu rever os contratos de compra da soja americana”, salienta o economista.

Para a safra 2012/13, o Deral, baseado em números de dezembro último, acredita que a produção girará em torno de 15,27 milhões de toneladas, alta de 41% em comparativo com a safra anterior, que sofreu com dificuldades devido ao clima seco. Já a área de plantio acabou ficando em 4,6 milhões de hectares, aumento de 5%. Os números atualizados devem sair no final deste mês.”Acredito que para este ano não teremos mais problemas com a estiagem. A safra será cheia tanto no Brasil quanto em toda a América do Sul. Vamos ter que analisar agora qual será a qualidade deste produto disponibilizado.”

Segundo o especialista do Deral, os preços da oleaginosa devem continuar interessantes para o produtor pelo menos neste primeiro semestre de 2013. Outro fator importante é que pelo menos 35% da safra paranaense já está comercializada, ou seja, com os preços travados em altos patamares. “Poderemos ter um excesso de oferta em meados do ano, mas vai depender de como será a safra americana. Neste primeiro semestre, certamente não teremos oscilações drásticas nos valores de comercialização”, complementa Garrido.

Fonte: Folha Web