Foto: Sirli Freitas

Oleaginosa avança em sete mil hectares e cereal perde quatro mil hectares

A área de soja vai avançar sete mil hectares enquanto a área de milho deve perder quatro mil hectares. A estimativa de safra foi divulgada no início da tarde desta segunda-feira (23), pelo Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).

A área de milho caiu 1,07%, de 346 mil hectares para 342 mil hectares. A área de soja cresceu 1,05%, passando de 670 mil hectares para 677 mil hectares. Com mais uma previsão de aumento de 2,64% na produtividade, a expectativa é de que produção, de 2,4 milhões de toneladas, aumente 3,73%.

Já no milho, além da queda de área, há uma previsão de redução na produtividade de 2,12%. Com isso a produção deve cair 3,16%, de 2,89 milhões de toneladas para 2,80 milhões de toneladas.

– A oscilação é pequena, mas a soja avança na área do milho e também de outras culturas, como o feijão. O levantamento já conta com uma quebra pela estiagem no plantio. Isso representa 90 mil toneladas a menos. A chuva da semana passada evitou uma perda ainda maior – disse o analista do Epagri/Cepa responsável pelos grãos, Haroldo Tavares Elias.

Para o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, a queda da área de milho é preocupante, pois o cereal é a base do agronegócio do estado, pois do milho depende a alimentação de frangos e suínos, dois dos principais produtos de exportação, além da produção de leite, onde Santa Catarina é o quarto maior produtor.

Segundo Barbieri, as políticas adotadas até agora, como o subsídio de sementes e calcário, são insuficientes.

– É preocupante pois a demanda por milho vai aumentar, pois as criações de suínos e aves estão sendo ampliadas devido ao aumento das exportações. Esses números mostra que há uma necessidade de políticas públicas para incentivar a produção de milho. Os números também mostrar a necessidade de agregar valor, pois cada vez tem menos gente no campo- destacou.

Produtividade maior nas culturas de verão

A também analista no Cepa/Epagri, Gláucia Padrão, ressalta que a estimativa pode ser afetada pela estiagem. Mas no momento a previsão é de produtividade maior do que no ano passado nas culturas de verão, que foram prejudicadas pelo excesso de calor.

– Nos dois anos anteriores tivemos safras excepcionais. Mas na safra passada tivemos períodos de muito calor que prejudicaram a produtividade, embora a safra tenha sido boa – explicou.

Por isso, apesar de redução de área de algumas culturas, a produtividade esperada é maior, aumentando a produção. O arroz perde 0,47% de área, mas tem previsão de uma safra de 1,15 milhão de toneladas, 4,31% maior, devido a uma produtividade de 8.069 quilos por hectare, 4,8% maior do que no ano passado. O feijão perde 2,45% na área plantada, porém tem estimada uma safra 0,57% maior, de 104 mil toneladas, pela previsão de aumento de 3,1%.

O analista do Cepa João Rogério Alves, demonstrou preocupação com a queda na área de feijão.

– Nos últimos 14 anos tivemos uma queda de 51% na área de feijão, de 128 mil hectares para 62 mil hectares. A produção caiu menos, 37%, porque a produtividade aumentou 30%. O problema do feijão, principalmente do tipo carioca, é que o preço uma hora está R$ 400 a saca e na outra está R$ 80 a saca. Por isso muitos produtores preferem a soja, que tem maior estabilidade. O que me preocupa é a questão social, pois o feijão tem cerca de 30 mil produtores e está reduzindo principalmente nas pequenas propriedades – explicou.

Uma cultura que deve ter bom resultado mesmo com redução de área é o tabaco. A estimativa é que o fumo tenha redução de 3,25% na área plantada, mas a produção deve crescer 5,97%, devido a um aumento de 9,53% na produtividade.

Já o tomate perdeu 4,17% em área e 8,23% em produtividade, o que aponta uma queda de 12,05% na produção, estimada em 130 mil toneladas.

A Epagri/Cepa também divulgou alguns números da safra de inverno, com aumento de 9,09% na produção de cebola e quedas de 7,29% na de alho e de 5,46% na de trigo.

 

Fonte: Diário Catarinense

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