A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc recebeu durante a semana passada uma denúncia anônima referente a um produtor que teria trazido bovinos oriundos do Paraná, o que não é permitido. Os profissionais estiveram na propriedade, localizada no interior de Calmon, para averiguar a veracidade do fato e constataram que no local havia dez animais sem procedência.
De acordo com o veterinário da Cidasc, Ubirajara Muliterno, após constatarem que a denúncia era verdadeira, foi realizada uma operação, que contou com o apoio da Polícia Militar. “Para minimizar o risco de disseminação de uma possível doença contagiosa, como a febre aftosa, por exemplo, os animais foram apreendidos e encaminhados para o abate sanitário. Os animais estavam utilizando os brincos exigidos pela Cidasc, porém os mesmos foram colocados de forma irregular”, explica.
Ele relatou ainda que todo procedimento é feito sob rigorosa fiscalização. “O transporte é realizado em veículo inspecionado, lacrado e escoltado. Os animais são sacrificados em local igualmente inspecionado”, enaltece.
O veterinário destaca que são ações como essa que garantem, há 16 anos, o status de estado livre de febre aftosa sem vacinação. “Apesar do baixo efetivo, estamos sempre averiguando os casos que chegam até nós. Como os animais não são vacinados, estão vulneráveis à doença. Dessa maneira, é imprescindível que todo tipo de cuidado seja tomado, para evitar a entrada de doenças no estado”, enfatiza.
Ubirajara comenta ainda que um único foco de febre aftosa, doença altamente contagiosa, pode causar prejuízos em todo estado. “No caso de contaminação, toda exportação de carne e produtos de origem animal é bloqueada. Dessa forma é importante que os casos suspeitos sejam denunciados para que as medidas cabíveis sejam tomadas”, acrescenta.
Sobre a febre aftosa
A febre aftosa é uma doença causada por um vírus, que ataca principalmente os bovinos. Pode aparecer também em suínos e, de forma menos grave em ovinos e caprinos. É uma doença altamente contagiosa que pode ser transmitida através do ar; pelo contato com animais doentes; alimentos ou água contaminados; por pessoas que tiveram contato com animais doentes ou por veículos que passaram pelo local onde havia animais contaminados.
A febre aftosa causa aftas na boca, patas e no úbere dos animais. Quando as aftas se rompem aparecem úlceras que ficam em “carne viva”. As lesões na boca fazem o animal babar muito. Eles não conseguem se alimentar e acabam emagrecendo. A produção de leite cai e as feridas podem fazer os animais mancarem.
Para prevenir a entrada da doença, alguns cuidados são necessários, como evitar a entrada de veículos e pessoas estranhas na área de criação de animais e não alimentar suínos com restos de alimentos; adquirir apenas bovinos identificados, com os brincos da Cidasc.
Vale destacar que Santa Catarina possui o status de zona livre da doença sem vacinação.
Fonte: Juliana Gomes – Folha da Cidade