Imagem Ilustrativa

Imagem Ilustrativa

Os produtores rurais do Planalto Serrano estão preocupados com o crescimento da população de javali na região e buscam maneiras de fortalecer ainda mais a estratégia de combate ao que já se tornou uma praga para a agricultura. Esses assuntos foram discutidos, nesta quinta-feira (7), em audiência pública no Sindicato Rural de Lages. Cerca de 200 pessoas compareceram ao encontro, promovido pela Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa.

Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Cooperativa para Conservação da Natureza (Caipora) mostram que existem aproximadamente 35 mil javalis na região Serrana. Sem predador natural, os animais se produzem rapidamente e chegam a pesar 250 quilos. Os javalis comem qualquer tipo de alimento disponível, destroem as plantações e pisoteiam o solo.  Assim como no Brasil, países de vários continentes controlam a população de javalis através da caça, evitando danos para a economia, sanidade e meio ambiente. Em 2013, foram abatidos 850 mil javalis nos Estados Unidos, 600 mil na Alemanha e 750 mil na França.

A caça ao javali é permitida em todo o país, em qualquer quantidade, mas existe a exigência de cadastro do caçador como agente de manejo de espécies invasoras, além do registro da arma. Além disso, para evitar transmissão de doenças, o animal abatido não pode ser transportado para fora da propriedade. Em Santa Catarina, a Secretaria da Agricultura e da Pesca, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e Polícia Militar Ambiental estabeleceram medidas para que os caçadores autorizados e os proprietários rurais possam abater esses animais asselvajados como parte da estratégia para manter a excelência sanitária do estado.

Desde 2011, a Polícia Militar Ambiental emitiu 349 autorizações de caça de javali em propriedades da região e registrou o abate de 3.099 animais. “A Polícia Ambiental é totalmente favorável à eliminação da espécie, desde que de forma adequada e dentro da lei”, explicou o capitão Frederico Rambusch.

O secretário adjunto de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, ressaltou que a preocupação principal do Governo do Estado em relação ao javali é evitar que doenças como febre aftosa, peste suína africana e clássica possam ocorrer nesses animais e, eventualmente, contaminar os suínos e bovinos.  Santa Catarina é reconhecida internacionalmente por sua excelência sanitária e 60% do valor de sua produção agropecuária é gerado pelo setor de proteína animal.  “No dia 28 de maio vamos receber o certificado de área livre de peste suína clássica, isso vai nos abrir mais mercados. Assumimos o compromisso com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e com o Ministério da Agricultura de que vamos controlar a população de suínos asselvajados e fazer o controle sorológico”, informou.

O secretário adjunto lembrou que o abate não pode ocorrer de maneira cruel, pois contraria as normas internacionais de bem estar animal. A Cidasc está distribuindo kits aos caçadores para realizar exames de sangue dos javalis abatidos, de modo a levantar dados sobre sanidade que serão importantes para a manutenção dos certificados internacionais. A informação sobre a sanidade também poderá orientar quanto à segurança para o consumo da carne.

Para analisar os encaminhamentos da audiência e propor soluções técnicas viáveis, foi criado um grupo de trabalho composto por integrantes de diversas instituições presentes, sob a coordenação do deputado estadual Gabriel Ribeiro. “O comitê vai estudar quais sugestões são viáveis e as medidas necessárias. No prazo de 30 dias apresentaremos à Comissão de Agricultura a análise dos encaminhamentos”, disse.

 

Ana Ceron

Luiz Henrique Monticelli

Assessoria de Imprensa
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca

imprensa@agricultura.sc.gov.br