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A carne suína na Coreia do Sul agora terá de ser rastreável por meio de toda a cadeia de abastecimento, de acordo com um anúncio recente feito pelo Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais do país asiático.

A nova legislação, em vigor desde 28 de dezembro, exige que todos os produtos de carne suína tenham sua história registrada com um número de 12 dígitos, a partir do processo de criação até o abate, a embalagem e a venda.

“A Coreia do Sul esteve atrás do resto do mundo por cerca de 20 anos até adotar esta iniciativa de rastreabilidade”, disse Rui Vargas, vice-presidente de Suínos na Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), para CarneTec. “Muitos países, incluindo o Brasil, têm todos ou a maioria destes passos de rastreabilidade em vigor desde a década de 1980 ou 1990.”

O Brasil trabalhou em 2014 para tentar obter a aprovação da Coreia do Sul para exportações de carne suína do estado de Santa Catarina.

“A Coreia do Sul é um mercado que fica atrás apenas do México e do Japão em termos de importação de carne suína, por isto é muito importante no contexto internacional”, disse Vargas. “Continuamos a trabalhar com a expectativa de que esse processo de aprovação seja concluído em 2015, e a Coreia do Sul se tornará uma nova opção para os nossos exportadores.”

Francisco Turra, presidente da ABPA, disse no início de janeiro que o foco da entidade para novos mercados de carne suína este ano incluiria a abertura de Coreia do Sul, México, Canadá e África do Sul.

A Coreia do Sul tem lidado durante o último mês com um pequeno surto de febre aftosa em bovinos, pela primeira vez em três anos. O surto foi descoberto em uma granja de suínos em meados de 2014, e mais de 26 mil porcos, ou 0,3% da população de suínos do país, foram abatidos como medida preventiva.

As preocupações com as doenças aumentaram as importações de carne pela Coreia do Sul. As importações de carne suína do país, que vêm principalmente da Alemanha e dos Estados Unidos, totalizaram 328.241 toneladas nos primeiros 11 meses de 2014, um aumento de 21% em relação ao ano anterior.

A nova legislação na Coreia do Sul exige que os criadores marquem seus suínos com números de identificação na fazenda, incluindo quando são transferidos para outras explorações ou matadouros. Os processadores terão de verificar os números de identificação dos suínos e emitir os seus próprios números de rastreabilidade para cada animal.

Empresas de embalagem e vendas terão de registrar o histórico do comércio de seus produtos, incluindo os preços. Os consumidores podem visualizar todo o histórico, e o novo sistema irá distinguir entre carne suína nacional e a importada, o que pode levar a um aumento da competitividade para a indústria sul-coreana, informou o ministério.

Fonte:  CarneTec