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Fogos, bandeira do Japão, pronunciamento de autoridades, carreata e pratos de carne suína que fazem parte do cardápio japonês fizeram parte da solenidade de embarque do primeiro contêiner com 24 toneladas de carne suína da agroindústria Aurora para o Japão. Antes dela, BRF e Seara já haviam embarcado o produto para o país asiático há cerca de um mês.

O interessante é que o mercado japonês quer carnes com mais gordura e com medidas uniformes, que obrigaram a utilizar até régua e trenas no frigorífico. A produção é quase artesanal, pois as peças são pesadas uma a uma. Do Brasil, os japoneses aceitam somente carne de animais nascidos, criados e abatidos em Santa Catarina, que é o único estado apto a exportar, por ter certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação.

A Aurora não foi a primeira a embarcar suíno para o arquipélago japonês, mas foi a que fez isso com pompa. Além dos diretores da cooperativa, estiveram presentes o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, o representante da importadora IBC Corporation, Mário Toshiro Kaneko, e o prefeito José Cláudio Caramori.

O presidente da Aurora, Mário Lanznaster, disse que as exigências do mercado japonês estão obrigando uma série de mudanças na linha de produção da unidade situada no bairro Efapi. Por isso, a unidade de Joaçaba está sendo reformada especificamente para atender o mercado japonês.

Lanznaster até cogita comprar máquinas a laser para fazer os cortes. O investimento na unidade é de R$ 68 milhões e terá capacidade para abater três mil suínos e terá 1057 funcionários. A unidade deve estar concluída em dezembro.

Expectativa é que o Brasil exporte cerca de 100 mil toneladas para o Japão – Até a genética dos suínos terá que ser adaptada com animais que produzam carne um pouco mais vermelha do que a normal. Por isso já foi importado sêmen da Dinamarca. Lanznaster disse que os suinocultores do Meio Oeste devem se especializar em suínos para atender o Japão.

O gerente de exportação da Aurora, Dilvo Casagranda, disse que em 10 dias deve sair o segundo contêiner para o Japão. Já estão encomendadas cerca de 100 toneladas. O volume ainda é baixo, mas a expectativa é que o Brasil conquiste cerca de 100 mil toneladas do mercado japonês, que importa 1,2 milhão de toneladas e 500 mil de congelados. O Brasil não tem condições de atender a demanda de carnes resfriadas, pois o produto vai de navio e leva 45 dias para chegar ao destino. Já se cogita a possibilidade de exportar por avião, se for produto de alto valor agregado.

Toshiro Kaneko disse que Santa Catarina há mercado para tudo o que Santa Catarina produzir no momento. -O Brasil tem competitividade de preço e qualidade com outros fornecedores do Japão, como Estados Unidos e Dinamarca- disse Kaneko.

No ano passado Santa Catarina exportou de 182 mil toneladas, totalizando R$ 492 milhões. Losivânio de Lorenzi disse que a abertura do mercado japonês traz estabilidade para o mercado e abre perspectiva de melhor remuneração para o produtor.

Exigências Orientais

– Os suínos devem ser nascidos, criados e abatidos em Santa Catarina.

Lombo: Deve ter 45 centímetros de comprimento e 27 centímetros de circunferência. A tolerância é de apenas um centímetro. São sete unidades por caixa.

Copa: Deve ter pelo menos dois quilos, sendo pesada uma a uma, com gordura intramuscular, enroladas em filme plástico e colocada em caixas com cinco unidades e separadas por papelão.

Barriga: Deve ter entre 42 e 52 centímetros de comprimento por 26 a 28 centímetros de largura. A altura pode variar, tendo em média 3 centímetros, mas com uma capa de gordura uniforme, de cinco milímetros. São colocadas quatro peças por caixa, também separadas por papelão.

Fonte: Diário Catarinense