Foto: Michele Pagani Machado Rodrigues

O exigente mercado americano abriu as portas para a entrada da carne suína catarinense, o que representa um importante passo para que outros produtos do agronegócio embarquem de SC para os EUA e ainda pode garantir uma reaproximação com o disputado Japão.

O embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, esteve reunido nesta quarta, na Fiesc, para alinhar um acordo comercial.

O status sanitário do Estado, reconhecido internacionalmente como o único do Brasil livre da aftosa sem vacinação, tornou SC o primeiro Estado do país a exportar carne para os EUA. Os americanos são hoje os maiores produtores e um dos principais exportadores de carne suína no mundo. Por isso, SC não aposta na exportação de grandes volumes.

De qualquer maneira, como destacou o embaixador, o mercado americano está sofrendo com a seca, que torna escasso um dos principais insumos na produção de suínos: o milho. Então, segundo ele, há mercado para o produto catarinense.

— Brasil e EUA têm, agora, uma boa oportunidade de construir uma parceria importante no setor agropecuário e de melhorar a segurança alimentar no mundo.

De acordo com o presidente do Sindicarne, Clever Ávila, SC deve começar vendendo matérias-primas para industrialização. E depois, cortes específicos de suínos, como o bacon. Por enquanto, não há previsão de quando e de quanto será exportado.

Como explicou Ricardo Gouvêa, diretor do Sindicarne, desde janeiro, quando os EUA habilitaram seis frigoríficos do Estado a exportar, um documento com todas as especificações técnicas de como o produto catarinense deve entrar no mercado americano começou a ser desenvolvido. Agora, iniciam as tratativas comerciais entre empresários.

O ministro do Departamento de Agricultura da embaixada americana, Robert Hoff, afirma que novos produtos, além de bacon e itens para a indústria, podem surgir durante as tratativas. Um deles é a picanha suína.

A abertura do mercado americano é um selo de qualidade e deve abrir novas portas para o Estado. O presidente da Cidasc, Enori Barbieri, observa que as recentes mudanças na equipe de agricultura do governo do Japão, além das deficiências sanitárias da carne do Paraná, podem atrasar as negociações de SC com o Japão para a carne suína. Ele acredita, no entanto, que o estreitamento de laços com os EUA deve reverter a situação.

Fonte: Diário Catarinense – Janaina Cavalli